sábado, 7 de janeiro de 2017

CARINHO

CARE vs. HARM

Um dos principais motivos morais discutidos por Haidt (2012) é o de Care vs. Harm. Care pode ser traduzido por carinho, cuidado, afiliação. Eu gosto do termo do carinho. O Care se opõe ao harm, ou seja, dano, prejuízo ou malefício causado a outrem.

A partir do momento em que a espécie humana atingiu a supremacia ecológica, as pressões evolutivas passaram a ser intraespecíficas. Ou seja, na ausência de outras espécies rivais ou predadoras, a dinâmica evolucionária passou a se originar da própria dinâmica de cooperação e competição entre oa humanos. A interação social é possibilitada por mecanismos cognitivos evoluidos especificamente e que permitem a cooperação e a competição. A dinâmica da interação social geralmente assume a forma de cooperação intragrupo e competição intergrupos. Daí a importância dos mecanismos afiliativos que liguem os indivíduos à sua família, clâ etc. e os mecanism os agonísticos que permitam a suplantação de coalizões rivais.

A cooperação se fundamenta em mecanismos afiliativos implementados em vários níveis cerebrais. No nível mais básico, o metabolismo hipotalâmico da oxitocina e arginina-vasopressina regula a reprodução e os vínculos afetivos com familiares e companheiros.

Mas há um nível cortical de regulação também, envolvendo principalmente estruturas da superífie dorsomedial do córtex prefrontal, principalmente giro do cíngulo anterior e áreas paracingulares. O sistema cortical de afiliação subsidia processos psicológicos tais como a teoria da mente, a compaixão, a solidariedade, a comiseração, a dor empática etc.

Quando testemunhamos o sofrimento de alguém, sentimento pena e desejo de reparar o sofrimento de alguma maneira. Essa é a base moral-psicológica da caridade. Quando percebemos que o sofrimento é causado pela ação intencional ou descuido de terceiros, percebemos isso como uma violação do importante princípio moral do Carinho e sentimos raiva e necessidade de impedir a ação e puunir o perpetrador.


Segundo Haidt (2012) o motivo moral de Carinho é especialmente importante para as pessoas cujas posições políticas se situam no lado esquerdo do espectro. A cultura do vitismo identificada por Russel (1937) se assenta sobre esse fundamento moral. O vitimismo consiste em sacralizar o oprimido, a vítima, tornando-o imune a quaisquer tipos de crítica.


Referências

Haidt, J. (2012). The righteous minds. Why good people are divided by politics and religion. New York: Pantheon.

Russell, B. (1937). The superior virtue of the oppressed. The Nation, June 26, pp. 731-732.




VITIMIZAÇÃO COMO FARSA

A  existência de um sistema moral ativado pela compaixão com as vítimas predispõe ao surgimento de uma cultura de vitismo e uso abusivo ou fradulento de acusações de agressões contra vítimas preferenciais. Os abusadores ou fraudadores podem apresentar transtornos de personalidade tais como psicopatia, narcissismo, histeria ou personalidade borderline.







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