sábado, 19 de agosto de 2017

DOULARIZAÇÃO DA OBSTETRÍCIA: Restrição orçamentária e vigarice ideológica

As parteiras do Reino Unido desistiram da sua campanha pelo parto fisiológico. A reportagem é capciosa. Por trás dessa questão se esconde mais uma tentativa do marxismo cultural se empoderar da sociedade, no caso a obstetrícia. O negócio é tão furado que até lá no RU, onde a formação das parteiras é excelente, elas tiveram que dar pra trás. Tá morrendo gente adoidado e nascendo criança com o cérebro lesado. A questão é bem mais complexa. 

A série Call the Widwife da BBC romantiza
 a vida das parteiras no East End londrino.

A OMS inventou essas tais de doulas para humanizar o parto. Isso é modinha esquerdista chique que no fundo só serve para baratear o custo da obstetrícia, uma vez que médicos custam bem mais caro. Quem paga o pato do parto humanizado são as mães e as crianças quando a coisa complica. Existe um lobby para manter os médicos, obstetras e pediatras, longe da sala de parto. É uma vergonha. As questões por trás disso são o empoderamento alla Michel Foucault e a redução de custos. É a doularização da obstetrícia. 
  
Os interesses por trás da humanização do parto são ideológicos 
(repúdio à Civilização Ocidental) e  financeiros 
(economia orçamentária pelo estado).

No Brasil cerca de 50% dos partos são por cesariana. Os motivos são vários. A cesariana paga mais para o médico e é mais rápida e prática. Não precisa ficar esperando e encorajando a mãezinha a fazer força. Por que eles não aumentam a remuneração do parto vaginal em relação ao parto cesáreo? Se o parto vaginal pagasse mais, diminuiria a taxa de cesarianas. Mas os motivos não são apenas relacionados à cobiça dos médicos. Os médicos precisam ser remunerados à altura, mas há outras razões também para o alto nível de cesarianas. 

No Brasil é grande a incidência de pré-eclâmpsia, uma complicação gravíssima da hipertensão gravídica. A pré-eclâmpsia ocorre mais em primíparas, principalmente em adolescentes. A promiscuidade sexual é um fator de risco para a pré-eclâmpsia, apesar de não ser politicamente correto dizer isso. Quanto maior o tempo de relacionamento sexual entre uma mulher e um homem, menor a incidência de pré-eclâmpsia. O risco de pré-eclâmpsia é maior quando a gravidez resulta de um relacionamento fortuito, one-night stand. Se uma grávida está evoluindo para pré-eclâmpsia, ela PRECISA fazer uma cesariana, caso contrário há risco de morte ou lesão cerebral na mãe e no bebê. 

É claro que a gravidez e o parto são fenômenos fisiológicos. Não são doença. Veja como é o parto de uma babuína. Trata-se realmente de um fenômeno fisiológico. Quase banal.


Parto de uma babuína
(Rosenberg & Trevathan, 2006)

Mas a gravidez e o parto humanos são eventos que envolvem riscos altos para a saúde da mãe e do feto. E quando as coisas complicam, só os médicos podem ser de alguma valia. Quando são. As razões para isso são evolucionárias e decorrem da desproporção céfalo-pélvica. A postura ereta no Homo sapiens diminuiu o diâmetro do canal de parto, dificultando o processo. Acrescente-se a isso que o tamanho do cérebro humano evoluiu mais ainda, aumentando a desproporção céfalo-pélvica.

Proporção céfalo-pélvica em diversos primatas
(Rosenberg & Trevathan, 2007)

A maneira como a desproporção céfalo-pélvica foi resolvida na evolução humana é através de um mecanismo rotacional. A cabeça do bebê precisa rotar de forma a encaixar sua maior dimensão na maior dimensão do canal de parto. É aí que mora o perigo. É aí que acontecem as cacas e as mães e os bebês podem se dar mal. O mecanismo é bem complicadinho e pode emperrar, necessitando de auxílio perito e não curioso. Ou cesariana.

Mecanismo rotacional no parto humano. O cérebro do feto precisa rotar de forma que a maior dimensão da cabeça se alinhe com a maior dimensão do canal de parto.

Toda hora estão aparecendo casos na imprensa de parturientes às quais foi negado o acesso a uma cesariana por questões ideológicas. Por essa briguinha marxista cultural pelo empoderamento. É uma situação muito semelhante áquela da inclusão nas escolas. As crianças basileiras que precisam escola especial não têm acesso às mesmas e ficam nas escolas  regulares fazendo de conta que fazem alguma coisa relacionada à aprendizagem. 

Mas não poderia deixar de faltar a desonestidade intelectual esquerdista. A coisa funciona assim: O parto com médico é pintado como uma coisa desumana, do mal. Então, é óbvio, as pessoas do bem vão querer o parto fisiológico. Ou seja o parto do bem. Ninguém pode ser contra a humanização do parto, sob pena de ser acusado de fascista ou coisa pior.

 Doula é um nome chique para comadre. Nada contra as comadres. As redes femininas de apoio são importantes em culturas nas quais o cuidado paterno é baixo. Mas a  presença de uma comadre não deveria impedir a presença de um médico.

Essa vigarice apela também para um motivo moral profundo: a pureza. O parto natural, com a ajuda das doulas, é contraposto ao parto artificial, manejado por médicos. Claro que todas as pessoas descoladas, as mães naturebas vão preferir o parto humanizado. Isso só cola porque a população e a imprensa são ignorantes, não conhecem os riscos.

Parto artificial vs. Parto natural. O parto artificial é todo asséptico. O médico usa luvas e máscara. No parto natural está todo mundo numa boa. O pai está tão peladão quanto na hora em que fez a cria. Preste atenção no detalhe do colarzinho. É o charme. Pelado mas colarizado.

Desde que Semmelweiss descobriu a assepsia e acabou com a febre puerperal, a medicina só fez reduzir a mortalidade e morbidade materno-infantil. As estatísticas são brutais. Lembra daquele personagem clássico da literatura. o órfão cuja mãe morreu de parto e é criado por uma madrasta? Você conhece algum órfão de mortalidade materna perinatal? Eles existem, mas são tão poucos que não fazem mais parte do nosso imaginário.

Evolução da taxa anual de mortalidade materna por 1000 
crianças nascidas no Reino Unido (Chamberlain, 2006).

O lobby pelo parto domiciliar, natural, fisiológico, humanizado etc. vem da antropologia médica. Os antropólogos observavam algumas dezenas de partos em culturas não-tecnológicas e viam que não acontecia nada. Que as coisas corriam sempre bem. Inferiram daí que o parto é uma condição fisiológica e que os médicos deveram ser alijados do processo. Só que fazer inferências a partir de um n = 40 é uma coisa bem diferente de fazer inferências a partir de um n = 40 milhões. E tem mais, em muitas dessas sociedades não-tecnológicas existe o infantícidio de crianças malformadas e deficientes. Coisa que nos repugna no Ocidente.

Parto de uma primípara na Nova Guiné (Schievenhövel, 1983).

Tem outra coisa: Precisa ter pediatra na sala de parto. A maioria das crianças nasce bem. Mas tem aquelas que não nascem bem e daí o pediatra faz uma diferença. A deficiência intelectual, paralisia cerebral e epilepsia de causa perinatal chegaram ao seu nível mínimo de prevalência nos países do Hemisfério Norte, mas continuam grassando aqui no Brasil. Ter um pediatra na sala de parto contribuiria para reduzir a prevalência dessas condições. Na Europa o pessoal nem sabe mais mais direito o que é paralisia cerebral.

A prematuridade é o principal fator de risco para paralisia cerebral. A pré-eclâmpsia, principalmente em primíparas adolescentes é um dos principais fatores de risco para prematuridade. Quando a coisa complica, uma cesariana é mandatória.

Uma taxa de cesarianas de 50% é escandalosa, concordo. Mas há que entender as razões subjacentes. E essas não são poucas nem simples. Nâo são as doulas que vão resolver isso. Enquanto a promiscuidade, a gravidez na adolescência e a pré-eclâmpsia continuarem, as comadres serão no máximo um paliativo. A taxa de paralisia cerebral no Brasil é desconhecida, mas suspeito que seja mais escandalosa ainda do que a de cesarianas.

O público e a imprensa não têm acesso a essas informações. As decisões são tomadas de forma desinformada. A OMS e os governos agem de má fé, por razões ideológicas e financeiras. Os médicos não conseguem se comunicar com a população. Ou estão tão atarefados salvando vidas que não têm tempo ou energia para mais essa batalha.

São coisas bem diferentes uma mãe optar por um parto domiciliar, conhecendo os riscos, ou tomar essa decisão de forma desinformada. São coisas bem diferentes uma  pessoa optar por um parto humanizado ou ser forçada a isso. Por que o parto humanizado precisa impedir o acesso das mães a obstetras e o acesso dos bebês a pediatras? Manter o nível técnico da assistência e humanizar simultaneamente implica em custos. E não tem o apelo ideológicos e afetivo da naturebice.

E aí garota, depois de ter lido o que escrevi, faça o seu parto domiciliar, se você quiser. Mas não contribua para privar o acesso da população à assistência médica.

O que os neuropsicólogos têm a ver com tudo isso? Bom, nós lidamos com os desfechos dessas más-práticas, ajudamos as crianças e jovens com paralisia cerebral, deficiência intelectual, epilepsia e suas famílias. 

16 comentários:

  1. Excelente artigo.
    Parto é procedimento médico.

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  2. O problema nesse texto é falta de embasamento científico. O maior risco de paralisia cerebral é a prematuridade. E não vamos esquecer da prematuridade iatrogênica, em que médicos retiram o bebê antes do tempo.
    Precisa estudar mais cara! E outra, essa coisa de dizer que parto humanizado é coisa de esquerdista, oi? Kkkkkk

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  3. Cadê as referências? Fala por falar qualquer um fala, quero ver as referências de cada uma das afirmações.

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  4. Se dentro do hospital um parto complica...imagina na sua casa!? Que retrocesso é esse!? Voltamos as cavernas!?

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  5. Excelente! Mas ainda assim da lhe mimimi nos comentários!!!

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  6. Como assim o parto é procedimento médico???????
    Médicos servem para diagnóstico e tratamento de doenças, grávidas não são doentes! Elas precisam de cuidado, a profissão que cuida é a enfermagem!
    Assim, um parto em mulher saudável e sem gravidez de risco deve ser acompanhando por enfermeiras!
    E as Doulas são auxílio para a MULHER.... elas servem a mulher durante o trabalho de parto.... e ajudam muitoooooo....
    Vamos nos informar mais! A OMS n faria indicações que não são factíveis!

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    1. E a obstetrícia serve para quê, gênia?

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  7. Primeiro Deus criou os médicos....
    Aí sim, ele criou a concepção, gestação, parto... Por que né? Deus não iria se arriscar a criar todo esse mecanismo extremamente complexo e perigosíssimo, sem ter como apoio a sumidade médica, toda poderosa em sua superioridade intelectual e poder sem limites!
    Que bom que até Deus se submeteu aos médicos! (ironia detected)

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  8. Para o autor do texto e outros comentaristas que não sabem o que é um parto humanizado, vai uma dica da maternidade referência em parto na América Latina: http://g1.globo.com/como-sera/videos/t/edicoes/v/sos-sus-maternidade/6072328/

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  9. Quem nasceu primeiro? O médico ou a galinha? O ovo ou o parto? Digo, o ovo ou a galinha?
    Acho que melhor seria, o médico ou o parto?

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  10. Texto mal redigido e sem nenhum embasamento científico!

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  11. Nunca li tanta merda num texto só. Não merece outro comentário. Se o autor se abstivesse dos seus comentários odiosos, ideilógicos de direita e se apropriasse mais do conhecimento científico talvez merecesse algum outro comentário no mesmo nível.

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  12. Que texto mais ridículo!Se as pessoas estão buscando informação de verdade (científicas) nunca mais irão ler nenhuma linha que vc escrever

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  13. Parto humanizado é coisa de dondoca e natureba de primeiro mundo. Num sistema de saúde como o brasileiro ´equivalente a uma tentativa de assassinato.

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  14. Putz. O cara nem sabe a diferença entre correlação e causação.

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